
Todos nós temos uma criança interior que carrega consigo as marcas positivas ou não daquilo que foi experienciado a partir das relações amorosas primárias que estabelecemos em especial com os cuidadores e com a figura materna.
A criança até os 7 anos de idade encontra-se num estado quase que hipnótico e acaba assimilando os comportamentos e valores que lhes são passados através da observação dos adultos e da repetição desses padrões.
Isso então vai criando toda uma programação mental e comportamental calcada em crenças, pensamentos, sentimentos que poderão ou não ir sendo confirmados na medida em que expandimos nossas experiências e passamos a ter outras referências.
Fato é, no entanto que esta programação mental continua regendo nossas vidas e escolhas no mais das vezes no modo “piloto automático”. Isto porque nem sempre temos consciência dessas crenças, muitos de nós sequer as identifica ou questiona se aquilo lhe faz sentido ou não.
E o que é pior: Internalizamos estas vozes incorporando-as como se fossem nossas sem perceber que nos foram incutidas e/ou assimiladas como que por “osmose”. Nada de errado quando são crenças funcionais porém o problema é que muitas vezes não o são e as introjetamos a semelhança do que ocorre com as células do nosso corpo quando invadidas por vírus e ao invés de rejeitá-los como corpos estranhos que são, passam a reproduzi-los.
Porém, não somos obrigados a funcionar no piloto automático e podemos aprender a discernir acerca das crenças subjacentes, reprogramando o nosso cérebro e nos tornando capazes de dar a nossa criança interna, a afetividade, os cuidados, o olhar de reconhecimento das próprias necessidades e individualidade que talvez um dia nos tenha faltado.