Quando passamos por uma dor física, ela nos alerta para algo que não está bem no nosso corpo e que precisa ser tratado. Do mesmo modo, são as dores da alma. Apesar do incômodo, elas mostram que algo precisa ser visto, o pode ser um motor de mudanças muito positivas.
Porém, o que se vê hoje em dia, é um estado de completa intolerância à dor, de busca por uma permanente analgesia e de uma verdadeira DITADURA DA FELICIDADE, como se fosse possível e quase que “obrigatório” estar feliz o tempo todo.
Nada contra quem busca ajuda médica e psiquiátrica quando há de fato uma necessidade do recurso químico. Às vezes, sem ele a pessoa não consegue sequer processar a terapia por exemplo.
Porém, isto é diferente de se patologizar e medicalizar angústias que fazem parte da experiência, dos nossos lutos e até do nosso processo de crescimento.
Ao recorrer a esse caminho de fuga, longe de se ter uma real transcendência, que pressupõe um EU presente e lúcido, apenas tampona-se a dor, reforçando a dificuldade em aprender a lidar com as frustrações da vida.
(Fonte da imagem: Foto de Polina Tankilevitch no Pexels )